A comida e a religião são grandes reunidores de pessoas.
Atualizado: 2 de out. de 2020
Muitas vezes simbolizam os elos que criam e fazem evoluir uma comunidade
Por: @coletivas.prod
O #caruru, especialmente de #CosmeeDamião, é uma tradição ancestral do #Jarê e em #setembro , mês de nascimento dos santos gêmeos, é comum nos dias 07, 17 e 27 ouvir os sons de foguetes.
Pela manhã eles anunciam o ritual e preparo do caruru e ao meio dia convidam todas as pessoas para comer uma comida que vem cheia de carinho, devoção e agradecimento às graças alcançadas.
Cheio de significados e ancestralidades, o caruru normalmente é oferecido por pessoas que tiveram seus pedidos e graças alcançadas e como forma de agradecer e manter viva a história dos gêmeos milagreiros. Além do prato principal, é costume oferecer balas, pipocas e canjicas.
As filas são enormes aguardando que se cumpra o ritual: primeiro as crianças da mesa comem para depois todos os convidados. Nessas filas temos a renovação de elos, conversas e histórias. Mitos são contados e ouvidos, fortalecendo a comunidade para a celebração com a reza e samba que chega mais tarde, quando o couro bate e o Jarê vai até de manhã. É a celebração de mais um ano de promessa foi cumprida.
Segundo entrevistas feitas aos devotos dos santos, a maioria dos pedidos são para saúde de parentes queridos, ou para mães de gêmeos que são devotos do Jarê e como forma de agradecer pela vida dos filhos. São obrigações que passam por gerações na mesma família e chegam até os dias atuais.
Como está sendo a festa este ano? Sentimos a ausência das gostosas aglomerações e mais uma vez a tradição precisa se reinventar e se adaptar a este nova realidade. Em um mundo onde a intolerância sempre marginalizou as pessoas que cultuam o Jarê, temos mais uma dificuldade para superar e com certeza a promessa será cumprida como der! E o encontro cheio de afeto fica guardado pro ano que vem, pois, com a fé em Cosme e Damião, teremos a tradição e a comunicação dos carurus da cidade ainda mais forte!
Para saber mais, consulte o livro "Jarê: Histórias Contadas" de Luciene Cruz.
Este texto foi escrito pelo @coletivas.prod
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