Conheça a ELA - Escola Livre Audiovisual da Chapada Diamantina!
Depois de dois meses de formação, a ELA - Escola Livre Audiovisual da Chapada Diamantina forma sua primeira turma, e quem ganha somos todxs nós! São mais de 60 vídeos, de até cinco minutos, sobre a nossa Chapada Diamantina.

A primeira turma da ELA - Escola Livre Audiovisual da Chapada Diamantina
encerrou suas atividades no dia 15 de abril, com live de celebração,
formatura da turma e exibição do filme longa-metragem premiado no Festival de Brasília “Longe do Paraíso”, do diretor lençoense Orlando Senna.
Durante a última semana de atividades do curso, um simpósio com apresentações de 70 obras audiovisuais desenvolvidas por 95 alunos revelou toda a potência da cena audiovisual do interior da Bahia. O evento, aconteceu do dia 6 a 9 de abril, e contou com a participação de professores e profissionais do mercado audiovisual.
Já as aulas da primeira turma ELA foram iniciadas em fevereiro com a proposta
de formar e qualificar a produção de conteúdos audiovisuais produzidos por
mulheres de várias idades, educadores e mobilizadores culturais do território da Chapada Diamantina, Chapada Velha, Irecê e Piemonte da Diamantina.
Durante esse período foram produzidas 23 aulas, que contaram com a participação de 14 facilitadores, além de seis rodas de debate. Este material é livre e gratuito e pode ser encontrado no site ou no canal da Tv Uneb - Seabra no Youtube (clica aqui!)

A ELA chegou em sua reta final concretizando suas metas, com uma turma diversificada. Enquanto alguns alunos estavam em busca de aperfeiçoamento,
outros iniciam com a ELA sem nenhum conhecimento no audiovisual. Muitos são os
relatos positivos ao promover, no interior deste sertão, acessibilidade, inclusão e
capacitação, como é possível constatar no vídeo depoimento da aluna Adailza
Souza, 29 anos, da comunidade Várzea do Cerco em Mulungu do Morro:
”Eu não tinha noção de luz, posições da câmera para uma foto, aplicativos para edição e com o curso da ELA eu tive a oportunidade de aprender tudo isso.” Adailza é mãe de três filhos, um de três meses, dona de casa e liderança comunitária.
O curso também chegou nas comunidades indígenas, transformando quem
geralmente é objeto de filmagem em diretora. O audiovisual como ferramenta de
empoderamento e resistência se apresenta na obra de Edilene Payayá, 67 anos,
aposentada, mas atuante e residente da cabeceira do rio Utinga:
“Um território que eu enxergo com um futuro promissor, índios com suas casas, água potável, com energia, porque não? pra gente ter acesso a internet pra poder conectar com o mundo, com outras etnias”, afirma.
A transferência de conhecimento que a ELA propõe não é estabelecida
apenas na esfera da emissão, mas de sobremodo se concretiza na recepção, a
exemplo de dona Rosália Sousa, 52 anos, moradora de Iraquara. Seus relatos
apontam que ela não sabia utilizar os recursos de registro fotográfico e de edição,
mas após as aulas, conseguiu produzir um fotoclipe com o tema “Plantas que
curam”, compartilhando, dessa forma, os seus saberes culturais e medicinais das
ervas que ela mesma cultiva em seu quintal.
A diretora político-pedagógica da ELA e professora adjunta da Uneb
Campus XXIII Seabra, Gislene Moreira, destaca a relevância desta formação para o
território:
"O material produzido supera as nossas expectativas, refletindo em uma formação de qualidade com o uso das novas ferramentas mesmo no contexto de pandemia. Estamos muito felizes com o resultado, entendemos que isso é apenas o começo, esperamos novos atores e atrizes para a cena cultural e política como uma potência agora no audiovisual”.

Em tempos de pandemia em que o futuro é desconhecido e por hora
tenebroso, a ELA busca existir e resistir, cumprindo o maior dos seus propósitos:
conectar cada vez mais pessoas nesta roda.
Todo conteúdo está disponível no site da ELA - Escola Livre Audiovisual da Chapada Diamantina e no #Youtube da TV Uneb Seabra: Play List aulas e TV ELA com todo conteúdo produzido pela turma da primeira formação ELA (é só clicar e conhecer).
Além dos vídeos, muitos alunos e alunas também produziram fotos belíssimas sobre o território onde vivem, conheça um pouquinho na galeria abaixo

O projeto teve apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de
Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia)
via Lei #AldirBlanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do
Turismo, Governo Federal.

Texto: Maiara Luane - Coordenação de Produção da ELA
Moradora da Guiné / Chapada Diamantina