Estamos a serviço de quem?
Texto de Nathália Rufino

Chegamos na metade do ano, este que por sua vez segue desafiador tal qual o anterior. E me questiono sobre objetivos, posicionamentos, silêncios e resultados.
Acabamos de sair do ano das eleições municipais e logo estaremos na batalha para defender a democracia. Mas, a medida que os dias passam eu me questiono severamente sobre nosso lugar nesse debate, afinal, estamos a serviço de quem ou de que?
Chego a me surpreender sobre o quanto conveniente nós (e me incluo nisso, óbvio!) somos. Fingimos silêncios em busca de resultados, que por sua vez é individual. Falamos de "neutralidade", quando, no fundo, sabemos que ela jamais existirá. A minha dúvida é: o lado que a sua 'neutralidade' tomba é realmente o lado q vc diz tombar?
Quando falamos de política partidária é notório o histórico brasileiro de favoritismos, de emplacamento de projetos ou não a depender de quem vc se alia (escolha bem seus/suas aliadxs). A esfera máxima não se diferencia do piso da fábrica política que é o Brasil. Não diferencia do q vivenciamos no micro.
Mas, voltando a reflexão partindo das minhas vivências... Eu gosto de ser autêntica, de não ter medo de falar o que penso, mas isso nem sempre me trouxe resultados positivos, pelo contrário! Acho q isso sempre me levou ao lugar de punição, enquanto isso, as pessoas seguem plenas, concordando em off (sem se expor, claro!), mas colhendo frutos de um silêncio confortável e produtivo, além de positivo financeiramente.
Por muito tempo isso não foi central nas minhas reflexões, afinal, meu objetivo era ampliar o debate e trazer pra roda pautas que algumas pessoas não tinham coragem de mexer, mas depois de um tempo você começa perceber que você talvez esteja a serviço desse público silencioso que colhe os frutos dos seus alardes sem mover uma palha. E vc segue como uma pessoa "problemática", na linha de frente, enquanto as pessoas q vc estava "a serviço" curte seu lugar ao sol ou sombra né? (risos).
Quantas pessoas em volta de você estão dispostas a estarem ao seu lado na trincheira? Quantas estarão verdadeiramente apoiando você? Para quantas delas você serviu de outdoor em benefício dessxs terceirxs?
Não me arrependo de ser como sou. Me arrependo de acreditar nas supostas parcerias/pessoas/intenções. Mas, como diz #Emicida:
"Competição em vão que ninguém vence. Pense num formigueiro, vai mal! Quando pessoas viram coisas, cabeças viram degraus..."
E assim seguimos, alertas! Afinal, farinha pouca, meu pirão primeiro não é messsmo? Hahaha
Bom dia, comunidade!

Natália Rufino
É Psicóloga Clínica e Social - CRP03/15872
Terapeuta de Casal e Família.
Especialista em Projetos Sociais e Direitos Humanos.
Socioeducação.
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