"Eu não quero ser mãe"
Uma reflexão sobre os padrões impostos aos corpos femininos.

Em 2020 a gente ainda se pega em rolês onde a escolha de não ser mãe se torna algo passível de julgamento. Ainda não entenderam que ser mulher hoje em dia não é apenas ser mãe como ponto central da vida.
Em cada fase existem diversas tentativas de controle dos corpos/ vidas das mulheres, primeiro um relacionamento, depois casamento e em seguida filhos/as.
A #sociedade INFELIZMENTE permanece determinando que #família é formada quando existem crianças e quando alguém sai desse padrão e escolhe não ter filhos/as mts vzs sofre com a ausência de compreensão, aliás, de respeito com a sua escolha. Não podemos desconsiderar que nosso meio influencia o desejo da mulher de ser mãe. É preciso compreender que logo quando crianças somos condicionadas através das brincadeiras que reproduzem a maternidade como: brincar de boneca, cuidar daquela bebezinha, dar banho, alimentar, passear, trocar e etc.
Assim, precisamos refletir sobre o tal desejo de ser mãe, fazer um processo de autoconhecimento para entender se de fato é algo que te pertence ou é resultado da sua família te cobrando, se é um desejo do seu/sua companheiro/a, se é o processo social te "pressionando" ao movimento de ser mãe.
Eu quis ser mãe, mas isso é uma ESCOLHA, após avaliar diversos fatores da MINHA vida e assim deveria ser para todas: UMA ESCOLHA. Até msm qd essas mulheres engravidam acidentalmente deveriam ter a escolha de ser mãe ou não (sim! É provado que #anticoncepcional falha, #camisinha mal colocada rasga e demais métodos contraceptivos podem falhar). Não podemos parir com a intenção de investir em um/a cuidador/a na terceira idade - "vc vai ficar velha sozinha, qm vai cuidar de vc?", muito menos para agradar seu/sua companheiro/a - " casou e n deu um/a filho/a, o casamento acaba".
A ESCOLHA de parir deve ser algo muito bem avaliado pq significa uma transformação intensa da sua rotina, sua vida por completo! Vc estará com alguém que dependerá de vc por um longo tempo, e não podemos romantizar a maternidade, bem como não devemos julgar quem não quer ter essa experiência de toda uma vida. E tudo bem! #psicólogaqueviroumãe #Lençóis
Natália Rufino

É Psicóloga Clínica e Social - CRP03/15872
Terapeuta de Casal e Família.
Especialista em Projetos Sociais e Direitos Humanos.
Socioeducação.
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