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Pelo direito de contemplar as estrelas

Saúde mental em tempos de áudios na velocidade 2.

Por: Natália Rufino



Quando alguém fala sobre direito ao descanso o que passa na sua cabeça? Quando falamos de saúde mental, costumo dizer que por vezes esquecemos do valor do aquietar da mente, do acalmar do coração e da necessidade e direito de apenas existir. Falo isso, principalmente, para tantas pessoas que diariamente precisam manter a resistência, a luta diária e seguem adoecidas.


Te pergunto então, qual foi a última vez que você se permitiu olhar para as estrelas e somente contempla-las? Fez isso de cabeça leve e coração tranquilo, sem pesos e culpas?

A carga mental é um peso enorme a ser carregado. A estrutural patriarcal e machista, além de tantas outras estruturas opressoras seguem nos colocando no lugar do não lazer, da não diversão. Quantas pessoas vc conhece que sente culpa quando se percebe descansando ou se divertindo? Quantas delas você nota o excesso de dedicação sem se permitir ao erro?


E assim seguimos, em uma estrutura que não tem paciência para ouvir um áudio longo, não tem paciência para ler um texto com mais de 30 caracteres, uma sociedade "fast-food" que mal enxerga suas dores e suas necessidades, não valoriza o "aquietar" alheio, uma construção baseada em resultados a todo custo. Onde só pensa e constrói o debate sobre saúde mental em #setembroamarelo. Uma sociedade que naturalizou a exaustão.


Seguimos impedidas de ter direito ao descanso, ao direito de dizer "não", de simplesmente viver sem a necessidade de resistir para existir. Que haja o dia onde o descansar não seja um privilégio, e sim efetivamente um direito.







Natália Rufino


É Psicóloga Clínica e Social - CRP03/15872

Terapeuta de Casal e Família.

Especialista em Projetos Sociais e Direitos Humanos.

Socioeducação.


Siga @nataliarufino_psi

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